Meu caro Ruben,
Parece que tudo escorrega: a bola, o plano, até a esperança. Há momentos em que o jogo parece um castigo interminável, o apito final uma condenação ao vazio.
O futebol não é só um espetáculo – é uma batalha contra a própria fragilidade.
Admiro-te. Não é pelo sucesso; é pela honestidade. É difícil encarar o fracasso. Dizer: “Sim, falhei. Sim, dói.” Isso é coragem. É o que separa os grandes dos que só têm medo de cair.
As tempestades são cíclicas. Chove, encharca, parece que nunca vai parar. Mas passa, Ruben. Passa sempre. Tens o talento, a visão. E o sorriso. Não o percas.
O teu maior adversário não é a derrota; é a dúvida. Não duvides. Há quem não duvide de ti.
Um grande treinador não é o que evita fracassos; é o que os transforma em combustível.
Continua a sorrir, mesmo que o mundo pareça rir de ti.
Quando esta chuva passar – e vai passar – , serás o mesmo homem; terás apenas mais cicatrizes. Serão as tuas medalhas: as mais importantes ferramentas que terás ao teu dispor. Usa-as.
Com admiração,
Pedro
